Eu não aguento mais o Instagram. Me sinto sobrecarregada com a quantidade de informação e, mais do que isso, percebo que to voltando a ter o hábito de gastar mais tempo do que o aceitável (na minha opinião) rolando feed. Pra mim, isso não faz mais sentido. Hoje, o Instagram pra mim é uma forma de divulgar o @papinhos.sa e isso faz a nossa comunidade crescer e expande a nossa conversa. E também, tem a agenda paralela, né? Que posso falar um pouco em outro momento… Mas to num vai e vem, dividida entre ficar e sumir pra sempre.
A primeira vez que eu saí foi logo depois de perder uma das pessoas mais importantes do mundo pra mim. Perder alguém em 2021 pra Covid mexeu muito comigo. E sei que quem perdeu alguém sentiu muito também e eu sinto muito por toda família que sofreu, é uma coisa que eu não desejo pra ninguém. A Covid impôs uma distância e uma frieza crueis demais. Os abraços naquele momento fizeram falta, o toque, o contato. E eu entendi, naquela situação, que o Instagram podia ser só um combustível pra afastar ainda mais as pessoas.
Me explico. Ao mesmo tempo que você acompanha o recorte da vida de alguém, você também tem acesso ao que o algoritimo tá mostrando pra ela e balizando tudo o que ela pensa. E tem gente que tem senso crítico, é verdade, mas rola também muito um efeito manada de compartilhar sempre as mesmas coisas. É comum ver o mesmo post quatro vezes na sequência. Um post, inclusive, que você já postou.
E tem o post que se repete e você se identifica e aquele que te gera asco. Eu não consigo achar outra palvra, principalmente dentro do contexto que estamos vivendo. É asco mesmo. E tudo isso me assusta. Me assusta o quanto a internet ta afastando a gente por ver esses padrões. Famílias desfeitas, amizades com diferenças inconciliáveis… eu acabei me distanciando de algumas pessoas. E o mais curioso, é que eu acabei me distanciando por causa do online.
No offline, eu sinto que seria mais fácil continuar gostando. E também por já saberem como eu penso, no offline parece que colocam um filtro, quase que uma política da boa vizinhança. Mas só sabem como eu penso por tudo que eu já compartilhei no online - controverso, né?
Hoje eu to cansada, de ressaca moral. Repensando o poder e o alcance das redes sociais e o reflexo que isso vai ter na nossa vida. Para além do ‘oi, sumido’, todas as nossas relações parecem que estão sendo moldadas pela identificação que os stories geram. Cada dia mais na bolha. Por sorte, hoje eu sinto que é uma bolha que acolhe, mas ainda assim, nos afasta.
To lidando com a culpa de querer me afastar, mas to bagunçada. Ta tudo bagunçado. Estamos de ponta-cabeça. Eu continuo repetindo pra mim mesma ‘não é possível’. E realmente, ta difícil de conceber.
Esperança. Dias melhores virão.
Tomara…
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Essa semana eu quase não escrevi. Ta pesado, ta difícil. Mas só pra lembrar que estamos aqui.
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Tá difícil mesmo... um sentimento ruim de ver as coisas no online, um sentimento que não sei se eu precisava estar sentindo. E sim, tomara que dias melhores venham logo.