Ta, acho que foi meio caça-clique esse meu título. Mas minha ideia não é falar mal de boy, não. Não que ~certas pessoas~ não mereçam, mas eu queria falar um pouco de afeto e de apego. Relações, eventualmente, acabam e por mais que a gente não comece um namoro/casamento pensando no fim, no fundo no fundo, a gente sabe que essa possibilidade existe. Mas e aí, quando é um amigo? Quando essa relação para de fazer sentido ou pra você ou pra outra pessoa, como lidar? Eu, particularmente, ainda não entendi.
Se eu tivesse que fazer um vídeo pra entrar no BBB - coisa que eu não faria jamais pois como boa filha única (e burguesa safada) uma das coisas que mais me assusta nessa vida é dividir banheiro com mais 19 pessoas - com certeza eu falaria ‘AI BONINHO, EU SOU MUITO INTENSA’. E é clichê porque é verdade. Eu sou. E isso faz com que eu me doe muito em todas as minhas relações.
Conversando recentemente com uma amiga ela me disse ‘precisamos normalizar afeto em relações casuais’ e aquilo me atingiu que nem uma voadora. E sim, agora to falando de boy. Mas isso diz muito sobre a culpa que eu senti em estar me apegando. E essa culpa, fui entender na terapia, é meu medo de sofrer. E eu sou quase fóbica nesse sentido, odeio pensar no sofrimento. Sofro de pensar na possibilidade de poder sofrer. Mas aí, eu questionei a analista: “amore, quem é que gosta?”.
Já aconteceu os dois: tomei e dei o pé na bunda da amizade. E não, nunca rolou a conversa ‘não é você, sou eu. acho que devemos parar de ser amigos’, mas as coisas foram caminhando pra um lugar diferente – aliás, cada coisa pra um lugar, cada um pra um lado. Alguns há anos, outros recentemente e eu ainda não me acostumei com essa ideia. Não acostumei com o sofrimento que isso causa. Quando não faz mais sentido pra mim, o apego fala mais alto. Quando não faz sentido pro outro, talvez seja o orgulho. E aqui, de novo, vem a culpa. A culpa de estar abrindo mão ou a culpa de não ter feito o suficiente pra dar certo.
Talvez esse texto seja sobre culpa e não sobre afeto e apego, no final das contas.
E como a gente se livra disso? Ou lida, pelo menos? Recentemente eu sonhei que conversava com a atual do meu ex e falava que não lembrava mais como era namorar com ele, que eu não sou mais aquela Julia. Que eu sou uma pessoa muito diferente e ele também. E acho que é por aí pras amizades também. É entender que a gente muda o tempo todo e talvez não se encaixe mais em espaços que um dia já fizeram sentido. E o carinho pode continuar ali, nem que seja por memória afetiva, mas é o apego que tem que sair de cena.
Já quero adiantar pra vocês que eu não vou trazer uma solução. Eu ainda não entendi como a gente supera o fim das amizades. De relacionamentos amorosos é mais fácil, não necessariamente menos sofrido, que fique claro. Às vezes, eles terminam justamente por se tornarem uma amizade. E tem muita gente que vai dizer que você supera um com outro, mas eu nunca acreditei muito nisso. Pra mim, a gente supera quando entende que não cabe mais naquele espaço. Mas aí, papinhers, é muito autoconhecimento que não cabe nesse texto. Entender nossos limites é um sinal de empoderamento, já diria alguém no LinkedIn.
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